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Qualidade das Cartas Náuticas

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Edição e observações: Professor M.Sc. Ticiano Alves

Fundador e Editor-Chefe do Rumo Magnético

Coordenador do Programa Sagres / CRPNM / IFPB

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

  • MARINHA DO BRASIL. Roteiro da Costa Sul. Centro de Hidrografia da Marinha / Diretoria de Hidrografia e Navegação. 4ª Reimpressão. 2011.

O valor de uma carta depende principalmente da precisão do levantamento em que ela é baseada, sendo este fato tão mais relevante quanto maior a escala da carta. A data do levantamento, que é sempre indicada no título da carta, é um bom guia para se avaliar sua qualidade. Os primitivos levantamentos eram feitos, muitas vezes, em circunstâncias que impediam a obtenção de dados precisos e em quantidade suficiente, pelo que as cartas neles baseadas devem ser utilizadas com precaução. Mesmo em cartas resultantes de levantamentos mais recentes, porém de áreas em que a natureza do fundo é areia ou lama, principalmente nos rios e nas proximidades de suas embocaduras, com o decorrer dos anos podem ocorrer sensíveis alterações nas profundidades representadas.

 

Outra maneira de se avaliar a qualidade de uma carta é o exame da quantidade e da distribuição das profundidades nela representadas. O principal método para se conhecer o relevo do fundo do mar é o laborioso processo de sondagem, no qual um navio ou embarcação sonda uma área seguindo linhas contínuas, uniformemente espaçadas, cujas sondagens indicam as profundidades de uma área diminuta e que representa o relevo submarino de uma faixa de pouca largura. Por vezes, não havendo indícios de existência de um alto-fundo, sua localização pode escapar quando se sonda sobre duas linhas que o ladeiam, sendo esta possibilidade tanto maior quanto menor for a escala do levantamento e portanto maior o afastamento no mar das duas linhas de sondagem. Espaços em branco entre as sondagens podem significar que nestas áreas elas não foram feitas. Quando as sondagens indicam grandes variações em fundo de pouca água e a carta mostra a existência de pedras e altos-fundos na região tais espaços podem ser considerados como suspeitos.

 

Nas Imagens ao lado é possível observar que apesar da carta Proximidade de Nova Iorque está numa escala maior, o número de sondagens e de detalhes é maior do que a da carta Cabedelo a Maceió, que por sua vez está numa escala menor e portanto deveria ter um nível de detalhamento maior.

 

Exceto nos portos mais frequentados e em suas proximidades, pode-se afirmar que em nenhum levantamento até agora realizado o exame do fundo do mar foi bastante minucioso, para se ter certeza de que todos os perigos foram encontrados e delimitados. As cartas costeiras, por conseguinte, não devem ser consideradas como representativas do real relevo submarino; em uma costa rochosa, não se deve navegar por dentro da linha de 20 metros de profundidade, sem se tomar todas as precauções para evitar um possível perigo. Mesmo nas cartas de grande escala, deve se evitar, sempre que possível, passar sobre fundos irregulares representados na carta, porque algumas pedras isoladas são tão escarpadas que a sondagem pode não ter atingido a sua parte de menos água.

Carta: Cabedelo a Maceió - Escala 1:300.000

Carta: Proximidades de Nova Iorque - Escala 1:400.000

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