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A Declinação do Sol e a Eclíptica

Muitos de nós sabemos que a Terra gira em torno do seu eixo em seu movimento diário, e que esse eixo tem uma inclinação de 23,5 graus. E, ao mesmo tempo, a Terra gira em torno do Sol num movimento elíptico durante o ciclo de 365 dias.

 

Nesse movimento anual, o que vemos na prática no nosso dia a dia é um movimento aparente do Sol e dos outros astros. Mas, quero falar apenas do Sol, que dependendo da época do ano, está mais ao norte ou ao sul do equador celeste, ou seja, podemos perceber a cada dia que o Sol nasce e se põe em pontos diferentes. Para exemplificar, vamos fazer uma viagem seguindo esse movimento aparente do Sol em torno da Terra (Eclíptica): Partiremos na data de 20 de março (equinócio: quando o Sol se encontra no ângulo zero de declinação em relação ao equador celeste). A partir desse ponto, o Sol toma o rumo norte, aumentando sua declinação norte em relação ao equador celeste. Essa declinação chega no limite quando chegamos na data de 20 de Junho (Solstício), e o Sol ficou com 23,5 graus de declinação em relação ao equador celeste. Nesse ponto, inicia-se o verão no hemisfério norte e o inverno no hemisfério sul, pois conforme vimos que a Terra gira com seu eixo inclinado, quando o Sol está no Solstício de Junho, o Pólo Norte está totalmente iluminado pelos raios solares, e o Pólo Sul, está às escuras.Recordando, saímos do equinócio de março e seguimos até chegar no solstício de junho. A partir desse ponto o Sol começa a regredir em declinação até alinhar novamente com o equador celeste no mês de setembro, dia 22 (equinócio de setembro). Então, o Sol em seu movimento aparente segue para o sul do equador celeste, até que em 21 de dezembro (solstício), atinge a declinação de 23,5 graus ao sul do equador celeste. Inicia-se o verão no hemisfério sul, e inverno no hemisfério norte. E, deste ponto em diante o Sol segue novamente sua trajetória aparente indo para o norte até chegar no equinócio de março, completando o ciclo da eclítica.Voltando pro nosso dia a dia, fica fácil observarmos todo esse movimento. Por exemplo, se estou na latitude 15º sul, no dia 20/06/2012 (solstício de junho), contemplando o nascer do Sol, se eu colocar a bússola do GPS apontada para o Sol, ela estará apontando para um ângulo de aproximadamente 66º em relação ao norte verdadeiro. Já se estivéssemos no solstício de dezembro, nesse mesmo local, o azimute seria aproximadamente 113º.

 

E, para finalizar, essa declinação do Sol vai interferir na altura observada do astro para mais ou para menos, dependendo da latitude onde estivermos e do valor dessa declinação. Quero dizer que se observarmos o Sol no instante de sua passagem meridiana, dependendo da data da observação e do local onde estivermos, veremos que a altura do Sol varia consideravelmente. Dito isso, fica claro que é muito raro o momento em que podemos afirmar que o Sol está exatamente sobre nossas cabeças.

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Autor: Capitão Mucuripe

Responsável pela Seção "Sextante- Navegando pelas estrelas"

Gerente da FanPage do Rumo Magnético

 

Crédito da imagem: Elson Fernandes

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Plano da eclíptica na esfera celeste

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